Quando cheguei aos 60 anos achei que tinha entrado numa etapa da vida onde as pessoas nessa faixa etária mereciam respeito e admiração por tudo que já fizeram ao longo de suas vidas. Afinal foram anos e anos de muita luta, sacrifícios, estudos, crescimento pessoal, dedicação, contribuição com a sociedade, etc, etc.
Mas a constatação da realidade foi um tanto cruel. Do governo, deixando de lado os benefícios da aposentadoria, recebemos o direito de esperar numa fila de idosos e nos estacionamentos uma placa de um corcunda dizendo que temos preferência ao estacionar; das empresas muito pouco empenho no desenvolvimento de novos produtos (específicos, melhores e mais baratos), para esse público; da sociedade a imagem que somos velhos, fim de linha e tantos outros adjetivos pejorativos; e o pior para muitas famílias, que já não servimos para muita coisa a não ser cuidar de netos , contribuir para a renda da família mesmo com uma aposentadora tao insignificante e em muitos casos ser considerado um estorvo.
Em todas palestras de apresentação do Brasil Sênior a percepção é que a grande maioria das pessoas simplesmente acha que esse padrão é o normal. Que realmente temos que aceitar essa realidade porque essa é nossa cultura e isso não vai mudar nunca. Ou seja, já estamos inseridos dentro de um contexto chamado Brasil que é isso mesmo, não adianta fazer nada porque nada vai mudar. E os idosos se contentarem com o papel que lhes é reservado, de passividade, de ajudar em atividades secundárias e esperar a morte chegar.
Porém, quando apresentamos um vídeo mostrando em termos econômicos o que significa esse enorme mercado dos 54 milhões de brasileiros acima de 50 anos; mostrando que somos mais que uma Argentina em termos de população e PIB; que isoladamente estamos entre as 30 maiores economias do mundo, a perplexidade é geral.
Mas somos tudo isso? Perguntou uma senhora, que apesar de seus 83 anos estava querendo vender seu apartamento para comprar outro maior e que tivesse pelo menos 2 vagas de garagem.
Segundo o IBGE 23% dos lares brasileiros são mantidos por idosos. Por pessoas acima de 50 anos, 60, 70, 80 e até mesmo 90 anos, pessoas que estão em plena capacidade de criar, produzir, consumir, investir, viajar, viver a vida. E não esquecendo, em muitos casos formadores de opinião.
Pessoal está na hora de despertar! Acordar de um sono hipnótico e partir para uma nova realidade e condição de vida.
De um lado, as empresas para esse gigante que esta esquecido; e de outro, a sociedade acabar com preconceitos, com visões distorcidas que colocam os idosos como se fossem alguém de uma classe inferior.
E o que é mais importante, as pessoas que estão nessa faixa etária precisam se permitir mergulhar numa nova realidade, mudar a crença que não são fim de linha e se conscientizar de seu poder, da força que tem até mesmo para provocar as mudanças de cunho ético e moral que tanto o Brasil precisa para sair dessa mediocridade em que se encontra.
Por fim, está em nossas mãos continuar sendo tratados simplesmente como velhos ou mostrar que quando chegamos aos 50/60 anos ainda temos muita vida para viver, experiências para compartilhar, sonhos acalentados ao longo de uma vida e que agora estamos em condições de realizar.
Junte-se a nós do Brasil Sênior! O convite é para que juntos, possamos despertar mais e mais pessoas que adentram esta fase da vida e assim, possamos levar a frente este movimento do Empoderamento do Idoso!
Está em nossas mãos e corações!!
Energia temos de sobra para isso!
Juntos somos mais fortes e podemos mudar essa realidade.
Carlos Hertzog