NOSSA VISÃO
Vivemos em um mundo em que os avanços da tecnologia e da medicina têm provocado mudanças profundas na vida das pessoas. Nos dias de hoje chegar aos 100 anos não é mais um privilégio de poucos e sim uma opção de cada um.
Para facilitar nossa abordagem vamos dividir a vida das pessoas em 4 etapas:
1. Nascimento aos 30 anos – idade do aprendizado, do conhecimento
Essencialmente é o período em que o indivíduo adquire através de estudos e do convívio com as pessoas grande parte do conhecimento que irá aplicar ao longo da vida.
2. 30 aos 60 anos – idade da realização pessoal e profissional
Nesse período as pessoas buscam, através de seu trabalho profissional, a realização de seus objetivos econômicos, constituir família, de ser alguém bem posicionado e respeitado socialmente, enfim, é nessa etapa que a vida pessoal e profissional tem que acontecer.
3. 60 aos 90 anos – idade da liberdade de escolha, da sabedoria e do bem-viver
Com certeza a melhor idade para quem se preparou seguindo preceitos básicos de saúde e de finanças. Via de regra em plena capacidade física e intelectual, em condições de realizar sonhos acalentados e que por n razões não puderam ser realizados.
4. 90 anos em diante – escrever o livro de memórias
Até poucos anos atrás dificilmente se ouvia falar de alguém que na faixa dos 70 anos estivesse ocupando um cargo de relevância no poder público ou de comando em alguma empresa. A essas pessoas era reservado o direito de se aposentar, ou seja, ir para os seus aposentos.
O que observamos atualmente, e cada vez mais, são pessoas na faixa de 70/80 anos, em plena capacidade física e intelectual, liderando projetos, empresas e os mais altos escalões do governo.
Nosso objetivo é abordar, de forma bastante resumida, alguns tópicos que consideramos importante no período que vai além dos 60 anos, principalmente a etapa que vai dos 60 aos 90 anos.
O PODER DA ESCOLHA
É muito comum as pessoas quando atingem os 60/65 anos estarem estabilizadas econômica e financeiramente. Depois de muitos anos de trabalho, adquiriram algum patrimônio e o direito a uma aposentadoria.
A grande maioria dessas pessoas, no entanto, passou a maior parte dos anos trabalhando em atividades que não representavam sua vocação, seu dom, e o fizeram por uma questão de necessidade. Não tiveram a oportunidade de trabalhar em algo que lhes desse prazer. Fizeram de suas vidas uma contagem regressiva para o dia da aposentadoria. Não ter mais chefe, horário, rotinas de trabalho, cobranças… agora poder viajar, fazer o que gosta, tudo de bom!!
Já aquela parcela, embora pequena, que exerceu seu trabalho em algo que representava seu propósito de vida, não pensa em parar, se aposentar. O trabalho, além de dignidade, de remuneração, respeito, reconhecimento social, lhes dá prazer.
Independente de qual situação nos enquadramos, uma realidade bem diferente pode se apresentar quando nos aposentamos. Um enorme vazio se forma com o passar dos dias. Perde-se a identidade, o significado… afinal, quem eu sou?
Mais do que nunca é necessário mudar, encontrar caminhos, tomar um novo rumo na vida. Mas tem que ser algo que além de preencher esse vazio, dê prazer. Já não há mais necessidade de aceitar qualquer coisa por uma questão de sobrevivência. Agora o mais importante é realizar alguma atividade dentro de seu dom, de sua vocação. Talvez algo que foi acalentado por muitos anos e nunca pode ser feito.
Essa liberdade de poder escolher, de realizar sonhos, eleva a autoestima e dá um novo significado à vida. Quem sabe, permitirá ao indivíduo realizar muito mais do que já realizou, ter muito mais sucesso e reconhecimento do que já teve em todos os anos de sua vida.
O PODER DE INFLUENCIAR E DECIDIR
A cada ano que passa as pessoas duram mais, vivem mais. No Brasil o número de idosos ultrapassa 24 milhões, com expectativa de vida da população sendo atualmente de 76 anos.
Seguramente 60% dessa população está inserida na sociedade de consumo. São pessoas que não querem parar, que consomem, investem, que viajam, divertem-se, querem viver essencialmente porque podem, têm tempo e condições, estão de bem com a vida.
Verifica-se também que essas pessoas não compram somente para si. É muito comum filhos e até netos morando com pais e avós, dependendo dos mesmos para suas necessidades de consumo e investimentos. Já passou o tempo em que filhos compravam para os pais porque eles já eram considerados idosos e não tinham sequer capacidade de comprar.
Vivemos um mundo em que as pessoas de mais idade a cada ano adquirem mais poder de comando e decisão. Poder esse que se expressa em todos os níveis da sociedade: governamental, empresarial e familiar.
A MELHOR IDADE
De acordo com a ONU, Terceira Idade é a fase da vida que começa aos 60 anos nos países em desenvolvimento e 65 anos nos países desenvolvidos. Nos últimos anos há uma tentativa de mudar o nome Terceira Idade para Melhor Idade. Embora para muitos essa denominação soe demagógica, na nossa opinião ela faz sentido. E explicamos porque:
1. A maioria das pessoas nessa fase da vida já está estabilizada econômica e financeiramente;
2. Os filhos já estão crescidos e educados;
3. Se a pessoa tomou e toma cuidados básicos em relação à sua saúde, ela pode viver tranquilamente mais 30 ou 40 anos;
4. Via de regra a capacidade intelectual dessas pessoas permanece como se tivesse 30/40 anos, o que lhe permite criar e produzir agregando experiência acumulada;
5. Se quiser trabalhar ela tem a liberdade de escolher o que fazer, diferente da fase dos 30 aos 60 anos, onde na maioria das vezes as pessoas desempenham atividades mais por uma necessidade financeira do que por prazer;
6. Ela tem a liberdade de fazer o que quer e quando quer sem se preocupar muito com o que os outros vão pensar;
7. Qualquer dia, em qualquer época do ano, ela pode viajar, estar com amigos, fazer o que lhe dá mais prazer. Tem mais tempo para se divertir, viver a vida;
8. A experiência acumulada ao longo da vida lhe permite mais discernimento na tomada de decisões e escolhas.
E por que não chamar essa fase da Melhor Idade em SÊNIOR IDADE? E ao invés de Idoso, por que não chamá-lo de SÊNIOR?
TRABALHANDO COM A TERCEIRA IDADE
Carinho, atenção e respeito. Isso é o que todo mundo diz quando o assunto é “como trabalhar com a terceira idade?”. Na realidade, isso é só o começo. É necessário, antes de qualquer coisa, entender o que as pessoas que estão nessa faixa etária esperam e precisam de quem oferece algum produto ou serviço.
A grande maioria das pessoas hoje consideradas idosas viveu em épocas em que os valores e as relações entre as pessoas eram totalmente diferentes das atuais. A palavra estava acima de qualquer suspeita, tinha respeito e valor. A tecnologia não existia nos moldes atuais, em que a comunicação passou a ser virtual na maioria dos contatos, aumentando as possibilidades da malandragem, de ser ludibriado.
Para ter sucesso, quando trabalhamos com a terceira idade, temos que ter em mente e entender:
A desconfiança – essas pessoas viveram em uma época onde confiar era o normal na relação entre as pessoas. Com o tempo aprenderam a desconfiar. São tantos os casos que a mídia apresenta no dia-a-dia que não importa quem seja, ou qual produto ou serviço, há sempre a possibilidade de ser enganado.
O medo – as tecnologias evoluíram muito e a maioria das pessoas não sabem como lidar com elas. Chegam a ter vergonha de dizer que não sabem e ao mesmo tempo criam bloqueios no sentido de aprender.
Os valores – padrões e referências são guardados dentro de cada um de nós, e atender os mesmos é fundamental. Falar a mesma linguagem é imprescindível. Entender o que realmente a pessoa quer e ter o produto ou serviço que venha de encontro aos seus anseios é vender.
Os vínculos – finalmente, é necessário que se estabeleça vínculos muito fortes e duradouros com essas pessoas a partir do momento que prestamos qualquer serviço. Uma viagem não termina com o retorno ao local de partida – apenas cumpriu-se a primeira etapa.
A verdade é que vivemos um aumento expressivo da longevidade e ninguém foi preparado para lidar com essa nova realidade.
TENDÊNCIAS
Seguramente os avanços da tecnologia e medicina irão continuar em ritmo acelerado no decorrer dos próximos anos, o que permitirá às pessoas durarem cada vez mais. Não é fantasioso afirmar que grande parte das pessoas que está nascendo nos dias de hoje chegará aos 150 anos.
Muitas transformações estão ocorrendo e deverão se acentuar nos próximos anos. Com certeza, vai ficar para trás o tempo em que ser idoso era pejorativo, sinônimo de velho, caduco, que não produz nada, só dá trabalho.
O comando das decisões em nível de governo e empresarial irá se deslocar da faixa etária dos 30 aos 60 anos para aqueles que estão entre os 60 aos 90 anos. Nessa faixa, cada vez mais surgirão grandes líderes empresariais, políticos e comunitários.
O empreendedorismo nessa faixa etária será mais acentuado e com certeza com mais chances de sucesso devido à experiência acumulada.
As empresas deverão atentar cada vez mais para o potencial de consumo e investimento do público sênior, que compra e investe não apenas para atender suas necessidades, mas também de seus filhos e netos. Essas pessoas exigirão cada vez mais serviços especializados e produtos de qualidade voltados para atender suas necessidades, anseios e desejos.
Com o avanço das tecnologias de comunicação, a conexão e interatividade entre as pessoas será cada vez maior. Viajar, conhecer povos e culturas diferentes, vivenciar novas experiências será muito importante.
Os valores éticos deverão ser mais conservadores e rígidos devido, de um lado, ao aumento do número de idosos na população, e de outro, ao maior poder de influenciar e decidir que estará concentrado com as pessoas de mais idade.
A imagem negativa associada ao idoso que esteve presente no passado, e em muitas sociedades ainda permanece nos dias de hoje, deverá ser substituída. A relação dos mais jovens, e da sociedade como um todo com certeza será de valorização, respeito e admiração à todos aqueles que dedicaram longos anos de suas vidas à seus filhos, familiares e ao próprio país.
Cada vez mais o empoderamento Sênior influenciará as relações do governo, bem como das empresas com a sociedade.